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Capítulo 1 - Os Godos

Os Godos são povos bárbaros - termo empregado pelos gregos para designar os povos que não falavam a língua grega, sendo posteriormente utilizado pelos romanos - pertencentes ao chamada grupo germânico.

Capítulo 1 - Os Godos

Os Godos são povos bárbaros - termo empregado pelos gregos para designar os povos que não falavam a língua grega, sendo posteriormente utilizado pelos romanos - pertencentes ao chamada grupo germânico.

A Origem...

Acredita-se que sua origem está na região sul da atual Suécia, mais especificamente, em Gotaland - terra dos godos - na Ilha de Scandza, no mar Báltico. Porém trata-se de um relato impreciso, descrito na Gética de Jordanes, livro escrito em 551 d.C. e baseado noutra obra, escrita por Cassiodro.

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Cap. 1 Parte 1
Capítulo 1

 

Mais tarde os godos chegaram à região do rio Vístula, na Polônia, provavelmente atravessando o mar báltico. Na Europa continental, os godos teriam entrado em contado com incontáveis outros povos cujas características influenciaram em toda a sua cultura.

Essa extrema agregação de culturas diferentes dificulta a identificação da cultura goda em si, uma vez que diversos elementos diferentes e novos são incorporados rapidamente. Esta fluidez também atrapalha o estudo arqueológico da migração deste povo pela Europa. Quanto a isso, diversos autores defendem que “godo” não seria o nome para o povo, pois os godos nesta época não constituíam uma unidade, mas sim diversos núcleos genético/familiares.

O Encontro com os Romanos

Em seguida os godos migraram para o sul, se estabelecendo entre o Rio Danúbio e o Rio Don - fronteira  norte do império romano. Neste momento, uma série de conflitos entre os romanos e outros povos bárbaros já ocorriam, período conhecido como migrações bárbaras.

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Cap. 1 Parte 2

 

Durante estes anos de migrações, novos indivíduos se uniram a grupos familiares gloriosos, criando cada vez mais uma centralização para que possamos chamar os godos de “povo”. Estas alterações e o crescente contato com o Império Romano adaptaram o grupo para ao novo ambiente em que se encontravam, assumindo estruturas políticas semelhantes à dos romanos, embora as suas tradições ainda fossem preservadas graças aos núcleos familiares que remetiam ao passado escandinavo.

Segundo Jordanes, nesta época, os godos se dividiram em dois grupos: os Trevíngios e os Grutungos, que possuíam dinastias e territórios próprios.

Em 238  ocorre o primeiro conflito entre godos e romanos, com o saque da cidade de Ístria - no Império Romano. Outra batalha importante foi a Batalha de Abrito, conflito entre as legiões romanas de Décio e a aliança de guerreiros bárbaros e desertores romanos liderada pelo rei gótico Cniva. Nessa mesma batalha o líder romano Décio é morto.

A migração em direção ao Mar Negro fez com que os godos passassem as fronteiras do Império Romano. Isso acarretou em uma série de conflitos até que o imperador romano Cláudio II os derrotou em 269 na batalha de Naísso. Cláudio II então ficou conhecido como

 

Após a derrota, o exército Godo ficou muito abalado e alguns de seus combatentes passaram a servir para o exército romano ou a agirem como aldeões nas regiões fronteiriças do império. Porém, outros grupos voltaram a atacar o Império Romano juntamente com diversos outros povos bárbaros.

Durante o século III os trevíngios ficam conhecidos como visigodos (os nobres godos) e os grutungos como ostrogodos (os godos do sol nascente).

Aliança com Roma

​Após a derrota e a morte do imperador romano, Roma oferece tributos aos godos em troca de proteção, fazendo com que lutassem a seu lado contra outros povos bárbaros que atacavam o império.

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Cap. 1 Parte 3

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É preciso lembrar que esse período é mercado pelo início das Migrações Bárbaras, uma sério de conflitos vem ocorrendo na Europa e o Império Romano luta constantemente pela sua manutenção contra os povos bárbaros ao norte. Entretanto é preciso ressaltar que os grupos de povos bárbaros não eram necessariamente aliados, muitas vezes lutavam entre si ao mesmo tempo que conquistavam territórios do Império Romano. A descentralização desses grupos bárbaros contribuía para isso.

Quanto ao Império Romano, este também possuíam aliados bárbaros, que lutavam por Roma em troca de tributos e terras. Haviam muitas colônias bárbaras dentro do território romano, ficavam principalmente nas fronteiras, justamente com o intuito de defender o território romano.

Entretanto a aliança dos Godos com Roma dura pouco, nesse meio-tempo a migração em direção ao Mar Negro fez com que os godos passassem as fronteiras do Império Romano. Isso acarretou em uma série de conflitos fronteiriços até que o imperador romano Cláudio II os derrotou em 269 na batalha de Naísso. Cláudio II recebeu o título de Gothicus - "Conquistador dos Godos".

Após a derrota, o exército Godo foi dividido, parte uniu-se de fato ao Império Romano, fazendo parte do exército romano ou como aldeões nas regiões fronteiriças do império. Estes, os antigos Trevíngios, passaram a ser reconhecidos como Visigodos. O outro grupo manteve-se no conflito, posteriormente se aliando aos Hunos e a outros grupos bárbaros. Estes, antrigos Grutungos, ficaram conhecidos como Ostrogodos.

Capítulo 2 - Ostrogodos

Os ostrogodos surgiram nas fronteiras do Império Romano a partir das invasões hunas através do Mar Negro. Até então não havia divisão entre os ostrogodos e os visigodos, e ambos estavam sob o comando do rei Hermenerico. Com as invasões hunas, Hermenerico suicidou-se e cada grupo gótico teve o seu rei. Os ostrogodos estavam sob o comando de Vitimiro enquanto os visigodos, sob o comando de Fritigerno.

Capítulo 2

No outro lado do império

Os ostrogodos surgiram nas fronteiras do Império Romano a partir das invasões hunas através do Mar Negro. Até então não havia divisão entre os ostrogodos e os visigodos, e ambos estavam sob o comando do rei Hermenerico. Com as invasões hunas, Hermenerico suicidou-se e cada grupo gótico teve o seu rei. Os ostrogodos estavam sob o comando de Vitimiro enquanto os visigodos, sob o comando de Fritigerno.

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Cap. 2 Parte 1

 

Com as invasões hunas, Vitimiro foi morto, e os ostrogodos estariam sob o comando de Alateu e Safrax até Viderico, filho de Vitimiro, ter idade suficiente para o cargo. Após a devastação pelas invasões hunas, os ostrogodos se uniram aos visigodos e foram abrigados pelo Império Romano. Porém, Fritigerno se revoltou com os abusos do governo grego, causando a Batalha de Adrianópolis em 378 com o apoio dos ostrogodos.

Capítulo 3 - Visigodos

Após a derrota dos Godos na batalha de Naísso, o exército godo ficou enfraquecido. Parte desse povo passou a lutar pelos romanos como federados - trios associadas aos romanos com alguns obrigações perante ao império, porém sem uma colônia. Estes foram chamados de Visigodos- "Godos do Oeste".

Capítulo 3

Organização dos Visigodos em Roma

Inicialmente, os visigodos habitavam as margens do Rio Danúbio, hoje na Romênia. Os visigodos frequentemente atacavam o Império Romano, chegando a conquistar a Dácia, uma das províncias romanas. Tais conflitos se intensificaram até que o imperador Constantino derrotou o líder visigótico Ariarico. Aorico, sucessor de Ariarico, firmou um acordo de paz com o Império Romano.

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Cap. 3 parte 1

 

Nessa época a sociedade trevingia/visigótica era dividida da seguinte maneira:

 

  • Kuni: Os kunja eram as tribos trevíngias;

  • Reik: Os reiks eram os líderes tribais;

  • Iudex: Juiz de todas as tribos, era escolhido pelo conselho de reiks;

 

Como exemplo, no governo de Ariarico, o iudex era Atanarico. O intenso contato com os romanos influenciou muito na estrutura social visigótica, além dos costumes romanos muitos visigodos se converteram ao cristianismo.

 

Em relação aos conflitos, entre os povos bárbaros que mais atormentavam o Império Romano estavam os Hunos, preocupação que se estendeu aos visigodos, uma vez que lutavam pelos romanos.

Com a ameaça do povo huno, o imperador bizantino Flávio Valente cedeu abrigo aos visigodos ao sul do Rio Danúbio em troca de apoio militar contra os próprios hunos. Porém, com o abuso de autoridade romana, levando os visigodos a passarem fome, eles acabaram se revoltando, derrotando o imperador na região da Trácia sob o comando dos reiks Fritigerno e Alavivo, após os mesmos se rebelarem contra Atanarico; e com apoio ostrogodo, episódio conhecido como Batalha de Adrianópolis.

Após as baixas causadas pela batalha, o Império Romano precisava reconstruir o seu exército. O então imperador romano do ocidente, Teodósio, viu nos próprios godos a oportunidade: tornou o povo visigodo federado do império, concedendo-o acordo de foedus. O acordo foedus estabelecia que um povo germânico tinha privilégios fiscais e fundiários, tornando-se foederati (federado).

Os romanos perderam o imperador Valente e mais de metade de seu exército, e não adotaram medidas de punição aos godos que permaneciam revoltosos após a batalha; por parte dos visigodos, embora tivessem ganhado uma região e tivessem sido declarado federados, a sua admissão a isto pode ser vista como uma rendição ao exército romano.

O Saque de R  ma

Após a morte Constantino, ocorria a barbarização do exército romano e as diversas guerras civis pela qual o Império passava. Esses ocorridos deram maior força aos exércitos romanos, principalmente graças à multiplicação do cargo de magistri (comandante de guerra). Com isso, indivíduos de origens bárbaras conseguiam integrar facilmente o exército romano e ganhar a confiança dos comandantes e figuras imperiais. Após a morte de Teodósio e a divisão do império entre seus filhos (Honório e Arcádio) a estrutura imperial estava abalada.

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O

Cap. 3 Parte 2

 

Neste contexto surge a figura de Alarico, líder godo que esperava receber prestígio pelas suas vitórias contra usurpadores do Império ocidental (vindos de regiões próximas à Gália - França), o que não ocorreu. Alarico então consegue tal reconhecimento por parte do Império Romano do Oriente, e se torna um senhor de guerra. Porém seus fracassos de guerra contra o Império do Ocidente lhe afastaram gradualmente do âmbito de guerra oriental.

Em 405, Estilicão, regente do Império Romano do Ocidente, contata Alarico e ambos formam um pacto para atacarem o Oriente, cuja perda jamais fora aceita por Estlicão, que estava insatisfeito com o controle de Arcádio.

Após ser reintegrado à estrutura militar romana, Alarico I fez exigências ao Império, dentre elas estavam: maior número de armamento ao seu povo e o assentamento visigótico na província Nórdica. Após o Senado romano negar subsídio ao seu povo, Alarico revoltou-se e começou a marchar em direção ao Império Romano, mais especificamente, em direção à Roma.

E então, chefiados por Alarico I, os visigodos saquearam Roma em 410 d.C., fato que é tido como um marco do declínio do Império Romano do Ocidente. O último ataque semelhante fora realizado por volta de 380 a.C. pelos gauleses, oitocentos anos antes.

O ataque durou cerca de três dias, durante os quais diversos palácios foram destruídos, mulheres violentadas, residências saqueadas e incendiadas. Tão grande foi o caos que acabou sendo interpretado por muitos naquela época como um sinal dos fins dos tempos, pois, para as pessoas, Roma era como uma cidade protegida por Deus, sendo como uma terra santa cristã.

Tal alvoroço intensificou a emigração da população, que fugiam do perigo trazido pelos godos: muitas se dirigiam ao sul itálico, à Sicília e inclusive à África. Tal migração espalhou a notícia do ocorrido muito rapidamente.

É importante ressaltar que o saque à Roma não foi realizado por um povo totalmente considerado bárbaro, pois os visigodos viviam em território romano, sendo federados pelo acordo do foedus.

Segundo Jordanes, em sua Gética, o ataque à Roma tivera sido motivado pelo desejo dos visigodos de, junto com os romanos, formarem apenas um povo. Segundo ele, quando as tropas visigóticas chegaram à cidade de Ravena, onde o imperador Honório se instalava, enviaram a mensagem de que ambos os povos poderiam conviver em paz na península itálica.

Caso Honório recusasse tal pedido, Alarico decretaria guerra ao Império Romano. Porém, Honório propôs que os visigodos fossem ocupar a província da Aquitânia, onde hoje se encontra o sul da França, acordo aceito por Alarico.

Porém – ainda segundo Jordanes – enquanto os visigodos desocupavam a península itálica, foram atacados por Flávio Estilicão, magister militum (comandante militar) do Império Romano. Tal ataque teria sido o que realmente resultou no saque à Roma, que por sua vez não teria sido de tal barbaridade. Para Jordanes, o ocorrido foi apenas a forma de defesa do povo visigótico frente ao ataque de Estilicão.

Tal relato ameniza a responsabilidade dos visigodos pelo ataque à Roma e traz outras possíveis motivações para o feito, assim como Isidoro de Sevilha, que afirma que os visigodos buscavam vingança pelos godos mortos em combates anteriores, como na batalha de Adrianópolis. Ambos os relatos afirmam que os visigodos pouparam edificações sagradas, bem como as pessoas que se refugiaram nelas.

A Aquitânia sempre tivera sido uma região abalada do Império Romano, era dali que vinham geralmente os usurpadores como Constantino III, ou seja, era onde se concentravam as elites mais hostis do Império. Logo, fazia sentido enviar um povo aliado para lá.

O Reino de Toulouse

Após o saque de Roma em 410 e a morte de Alarico I no mesmo ano, os visigodos retornaram a sua posição de foedus com o acordo de 418, e se estabeleceram na região Aquitânia, ao sudeste da França, onde estabeleceram o Reino de Toulouse. Embora agora tivessem domínio sobre as regiões conquistadas, os visigodos ainda atendiam as ordens romanas.

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Cap. 3 Parte 3

 

Ataúlfo, que era até então braço direito de Alarico I, assumiu o poder e dá os primeiros passos no estabelecimento do seu povo naquelas regiões. Porém, no ano de 415, Ataúlfo acabou sendo assassinado provavelmente a mando de Sigerico, que pretendia ser o futuro imperador. O que de fato ocorreu durante uma semana, até que o seu irmão, Vália, tomasse e o seu poder.

Agora independentes, os visigodos consolidaram a sua monarquia sob o reinado de Teodorico I e travaram importantes batalhas contra os hunos em apoio de Roma. Com um reino próprio, pela primeira vez os visigodos viram-se com responsabilidades jurídicas sobre uma estrutura social. Visto isso, surgem dois códigos legais.

Após a morte de Teodorico I, Eurico, seu filho mais novo, assumiu o seu papel de monarca. Neste período surge o Código de Eurico, uma compilação dos direitos visigóticos pela primeira vez escrito, tendo grande influência do direito romano. Seu sucessor, Alarico II, apenas editou a coletânea de leis romanas, o que recebeu o nome de Breviário Aniano (ou Breviário de Alarico) , por ser uma espécie de resumo que orientaria a vida dos súditos do império, galos e hispano-romanos.

Cria-se então uma dualidade jurídica entre os visigodos (sob o código de Eurico) e os Hispano-romano (sob o Breviário Aniano). Isso leva a uma barreira na integração das diferentes elites.

No ano de 507, o imperador visigótico Alarico II, filho de Eurico, foi morto na Batalha de Vouillé, travada contra os francos sob o comando de Clóvis I. Com a invasão franca, os visigodos foram obrigados a transferirem-se para a região mais ao sul da Hispânia, suprimindo alguns povos dali, como os suevos.

O Reino de Toledo

Na Hispânia, os visigodos se deparam com as frente do rei ostrogótico Teodorico, o grande, que pôs o seu neto, Amalarico, como rei visigótico, dando início ao chamado Reino Visigótico de Toledo.

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Cap. 3 Parte 4

 

Após a retirada franca, a Hispânia visigótica estava sob o reinado de Ágila I. Foi quando o imperador bizantino Justiniano invadiu o sul da Hispânia e conquistou parte do reino ostrogodo, criando uma província imperial denominada Espânia. Justiniano visava reconquistar as regiões perdidas com a queda do Império Romano Ocidental. Não conseguindo conter os bizantinos, Atanagildo, então rei visigótico, foi obrigado a admitir suserania do império. Com o reinado de Leviogildo, dos anos 571 a 586, a campanha visigótica contra os bizantinos foi vitoriosa.

Durante estes conflitos a presença da antiga nobreza bizantina era preocupante. Os grupos hispanos-romanos eram majoritariamente católicos trinitários e de língua latina. Enquanto isso os visigodos dominantes eram arianos e de língua germânica, constituindo a menor parte da população. Diferenças tão marcantes entre duas elites não poderia ser mantida por muito tempo e manter uma estabilidade e legitimidade do governo visigótico. A qualquer momento o reino visigodo cairia em uma guerra civil.

Tendo isso em vista, Leviogildo afirma a centralidade de seu reino: declara Toledo como capital e anexa o Reino Suevo ao seu território. Porém Leviogildo falhou em sua tentativa de unificação religiosa do Império, o que faria através da expulsão dos bizantinos de seu território.

Naquela época, a religião ariana era totalmente ligada à monarquia, sendo, de certa forma, submissa ao Imperador. Alguns historiadores apontam que isso se deu por conta de a Igreja ariana não possuir uma tradição tão sólida; inseri-la na política de fortalecimento imperial era uma tática inteligente para fortalecê-la.

Outro agravante da situação foi quando, Hermenegildo, filho de Leviogildo, converteu-se ao catolicismo. Porém ele fracassou em sua rebelião contra o seu pai e acabou sendo morto.

O Reino visigodo-católico

O fracasso de seu pai e irmão na unificação da religião imperial, levou a Recaredo, filho de Leviogildo, tentar fazer o mesmo, porém, desta vez, através do catolicismo. Isso levou a certa agitação no reino. Em 589, no Terceiro Concílio de Toledo, o Reino Visigodo converteu-se oficialmente do arianismo para o catolicismo, relação que duraria séculos.

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Cap. 3 Parte 5

 

Se tratava de um acordo bom para os dois lados: a Igreja católica hispano-romana finalmente seria a religião oficial do reino e a monarquia consegue apoio da maior parte da população – que era católica -, mantendo assim a sua legitimidade.

A partir desse momento diversas oposições ao reinado de Recaredo surgem, e as mesmas são sufocadas rapidamente. Porém, seus sucessores passam por fortes ondas rebeldes com tendências regicidas, em especial motivados por assumir o poder, o que causava diversos confrontos entre membros da nobreza que visavam assumir o cargo de rei.

Neste período não havia dinastias que se sucediam. Geralmente o próximo rei era escolhido por uma assembleia constituída pela nobreza.

Em 633, o IV Concílio de Toledo marcou o início de uma série de concílios, que passaram a ser convocados pelo rei para a discussão de assuntos sociais, e não apenas religiosos. O concílio em questão fora convocado pelo imperador Sisenando para a discussão do problema que a Monarquia enfrentava. O IV Concílio foi liderado por Isidoro de Sevilha, que, baseando-se no Antigo Testamento, passou a ungir o imperador, tornando teoricamente intocável, visando evitar golpes de estado. Sendo assim, os monarcas se tornam um instrumento do projeto de Isidoro, que deveriam ser protegidos para exercerem a sua função de protetores da Igreja Católica, tornando-se seres sacros.

Embora isso tenha resolvido as questões regicidas, a ação de Isidoro não foi tão eficaz: agora os reis eram apenas tonsurados e enviados a mosteiros – como nômades.

O próximo rei, Tulga, foi deposto em não muito tempo após a sua posse, por Chindasvinto que tentaria recuperar o poder monárquico para estabilizar a situação do reino, fortalecendo o monarca e enfraquecendo o restante da nobreza.

Ideia que é levada adiante por Rescevinto, seu filho, que reformula o código de leis, criando o Código Visigótico (Liber Iudiciorum), que viria a ser transmitido aos reinos da Reconquista.

Após a morte de Rescevinto, reina Wamba, cujo reinado marca, para alguns autores, o inicio do declínio do reino. Wamba teve de lidar com diversas rebeliões dentro do Império. Nesta época também se realiza o XI Concílio de Toledo, onde diversos rituais religiosos tidos como estranhos são banidos, levando a condenação de diversos bispos por, por exemplo, realizavam a missa utilizando leite ou sem as vestes adequadas (estola).

Após o reinado de Ervígio e seu genro Égica, em 702, reina o seu filho, Witiza.

No ano 708, Witiza nega o trono ao seu filho, Ágila II que era dux da Província de Terraconense. O próximo rei seria Rodrigo, dux da Bética.

Com a morte do rei Witzia, surgiram dois grupos nobres visigóticos que disputavam pelo poder: um deles apoiava o reinado de Ágila II; e o outro, o reinado de Rodrigo, que havia sido eleito rei.

O grupo que defendia a Ágila II, pede ajuda ao conde de Ceuta, Julian, que negocia uma intervenção muçulmana vinda do Norte africano. O governador muçulmano Tárik, na África, ajuda a depor o reinado de Rodrigo. Porém, após derrubar o reino visigótico, Tárik não pôs Ágila no poder, pelo contrário, continuou expandindo os seus domínios pela Península Ibérica até ser barrado pelos francos na Batalha de Poitiers.

O fim do Império Visigótico é marcado pela batalha de Guadalete, quando as tropas de Tarik derrotaram o exército visigodo. Os grupos que se opuseram ao Califado Omíada se refugiaram as regiões ao norte da Peninsula Ibérica, nas Astúrias.

As terras ibéricas seriam totalmente recuperadas pelos cristãos em 1492, com o final da Reconquista. Com esta expansão, gradualmente surgiam novos reinos, como o Reino de Portugal.

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